Livro completo Caminhando sobre a Terra 2014

Livro completo Caminhando sobre a Terra 2014

Sobre o S.O.S Terra:

O S.O.S Terra é uma ação artística e ambiental idealizada pelo artista plástico Thiago Cóstackz, que usa o poder instigador da arte a serviço da causa verde. Acontece há cinco anos nas ruas de São Paulo, realizando intervenções urbanas, body arts e manifestos interativos que visam alertar a população sobre a situação preocupante do Planeta e sobre as extinções em massa que aceleraram, nos últimos anos, a um ritmo até mil vezes mais rápido do que o normal, fazendo-nos refletir sobre as responsabilidades que são evocadas com o status de espécie dominante no Planeta, informando sobre a situação de cerca de 20 mil espécies severamente ameaçadas no mundo hoje, sugerindo ainda mudanças dos nossos hábitos nocivos a vida na Terra.

Muitas dessas importantes ações acontecem nas ruas envolvendo a população, com foco na educação ambiental, de forma totalmente democrática e inclusiva, discutindo a relação entre meios urbanos e os naturais, debatendo formas de como crescer sem se autodestruir e questionando nossa relação com as cidades hoje, para que aprendamos a não repetir os mesmos erros do passado. Foram realizadas projeções 3D de 300m² em prédios da Av. Paulista, uma parada de balões gigantes por importantes vias da cidade, pedaladas, caminhadas de conscientização, mostras de arte e outras intervenções urbanas variadas. Nos últimos 5 anos foram distribuídos gratuitamente: mais de 60 mil ecobags e mais de 6 mil camisetas confeccionadas com tecido à base de PET pela marca alemã Puma Sports, patrocinadora oficial da ação desde a primeira edição, visando incentivar soluções sustentáveis na moda, sempre com forte apoio de voluntários e apoiadores, que juntos fizeram o manifesto S.O.S Terra crescer, reinventando-se ano após ano, chegando a comemorar cinco edições com uma expedição internacional que já percorreu mais de 60mil quilômetros, levando o discurso ambiental cada vez mais longe, tocando mais corações e mostrando que não existem fronteiras para os problemas da Terra, que não existem eles ou nós quando falamos do planeta, assim como não existem muros que separem humanos que decidem dar as mãos e gritar juntos por uma mesma causa.

O S.O.S Terra não é uma ação alarmista, que tenta enquadrar pessoas em verdades absolutas ou em caminhos predeterminados, tentamos despertar as pessoas para que elas façam algo, para que elas mudem hábitos, sem esperar pelos governos ou pelas leis. A ação visa pôr um espelho diante da sociedade para que ela possa ver seu comportamento e repensar seus modelos de: consumo, produção industrial, impacto cotidiano e de exploração animal, vegetal e mineral. Nossa maior defesa é que: não importa o tamanho do que você faz, mas o que você deixa de fazer pela Terra, isso sim preocupa. Faça algo hoje, o Planeta mudou e você precisa mudar seus hábitos. Faça o que estiver ao seu alcance, não espere pelos governos, mude, comece hoje!

In THE WALL:

Um ponto alto das ações do S.O.S Terra foi uma intervenção do artista plástico Thiago Cóstackz no show The Wall do músico Roger Waters, ex-membro da banda britânica Pink Floyd. O show aconteceu em São Paulo para uma plateia de 60mil pessoas, no Estádio do Morumbi. O artista plástico foi convidado por Carolina Borzatto, da T4F, e escolhido pelo próprio músico para realizar uma intervenção num balão inflável gigante no formato de um porco medindo cerca de 9m x 6m. Durante um momento alto do show, o enorme balão flutuou sobre a enorme plateia carregando as mensagens:  “O Novo Código Florestal vai matar o Brasil” e “O Brasil é laico”, ambas em protesto contra as crescentes intervenções negativas das bancadas ruralistas e religiosas no Congresso Nacional em diversas questões Ambientais e de Direitos Humanos no Brasil.

 

Expedição Internacional S.O.S Terra 2012/13 – Para que o mundo não acabe!

1º Expedição artística e cientifica ao redor do mundo.

Para comemorar cinco anos de ação, inovando e crescendo com o alcance do trabalho proposto, o artista Thiago Cóstackz idealizou e realizou uma expedição internacional que visitou 10 lugares severamente ameaçados na Terra, passando por quatro continentes. Usando mais uma vez a arte como veículo do discurso ambiental, ele instalou obras de arte temporárias nestes locais ameaçados, produzidas inteiramente com materiais certificados e sustentáveis, fazendo, assim, uma conexão direta com estes problemas, chamando atenção para a preservação e, também, alertando sobre a gravidade da situação encontrada nesses locais. Foi à primeira expedição artística e cientifica já realizada ao redor do mundo que se tem conhecimento, uma ação pioneira que usou a arte e informações científicas como veículos na democratização a serviço da educação ambiental.

A expedição S.O.S Terra 2012/2013 percorreu cerca de 62.333 km, passando pela Ásia, Europa, Américas do Norte e do Sul. Foram visitadas ainda as regiões do Oceano Glacial Ártico, a grande Capa de Gelo da Groenlândia (a maior massa de gelo da Terra depois da Antártida); O Permafrost na região leste do Oblast de Arkhangelsk, na Rússia (um solo permanentemente congelado lotado de gás metano que recentemente começou a derreter, surpreendendo os cientistas); a Geleira de Vatnajökull ,na Islândia (a maior da Europa), onde se localiza o Lago Glacial de Jökulsárlón (que cresceu 4X de tamanho desde 1970 impulsionado pelo aquecimento global); as cidades de Veneza na Itália e Amsterdã na Holanda como exemplos de lugares que poderão enfrentar grandes problemas no futuro ou até mesmo desaparecerem com o derretimento das geleiras e o aumento no nível dos oceanos. No Brasil a expedição visitou a Caatinga nordestina (Bioma endêmico do país e um dos mais ameaçados pela desertificação no mundo), os corais do Atlântico Sul, no litoral nordestino, entre Fernando de Noronha e Touros, no Rio Grande do Norte, e, ainda, pela Mata Atlântica, no sudeste brasileiro, a Floresta Amazônica, no norte do país, e por São Paulo, colocada aqui com uma cidade onde o modelo de desenvolvimento e o estilo de vida ameaçam sua própria existência.

O tamanho das obras e a dificuldade de acesso aos locais:

Ao contrário das enormes intervenções urbanas que o artista costuma realizar em grandes centros, como São Paulo, as obras instaladas nestes locais tiveram seu tamanho sensivelmente reduzido por vários motivos. O primeiro, é que os locais eram de difícil acesso, muitos só eram acessíveis através de vários meios de transporte (carro, barco e avião), e ainda era preciso, em alguns casos, caminhar por até 18 km em um único dia, incluindo escaladas de montanhas com mais de mil metros de altitude com as obras de arte e demais equipamentos de filmagem presos às costas dos membros da equipe. Havia ainda a intenção de não agredir ou interferir com grandes instalações nos locais visitados (ambientes já ameaçados e frágeis). No caso da Rússia, existia ainda um agravante, uma complexa legislação que proibia instalações artísticas e “protestos” envolvendo as temáticas ambientais e de direitos humanos. O motivo mais importante é que quanto maiores fossem as obras, mais gastaríamos matérias primas para produzi-las, necessitando, também, de quantidades ainda maiores de combustíveis fósseis para transportá-las entre vários continentes. Por isso trabalhamos no limite com relação ao tamanho das obras, de acordo com cada local.

Equipe:

Os membros da Expedição eram profissionais das mais variadas áreas: André Lazzari, 35 anos, voluntário e tradutor oficial da ação nos idiomas: inglês, russo, islandês, espanhol e italiano; Felipe Cavalheiro, 29 anos, voluntário e produtor das ações do S.O.S Terra 2013 em São Paulo e no mundo; e Patrícia Alves, 29 anos, estudante de Relações Internacionais, voluntária, desempenhando várias funções no projeto. Todos viajaram como voluntários por esta causa.

VIAGEM A 10 LUGARES AMEAÇADOS NA TERRA.

“Para mostrar para você que o que você faz importa, que o que você faz na sua cidade reverbera até nos mais longínquos ecossistemas, nós decidimos visitar 10 lugares ameaçados na Terra. Deixe-me dizer algo sobre estes lugares… Eles não são necessariamente os mais ameaçados, os mais belos, nem os mais mortais. Mas todos eles carregam a digital do homem em seu destino, seja por sua interferência direta, indireta ou acelerando ciclos naturais”.

Thiago Cóstackz

1-Groenlândia

Nossa primeira parada é na Groenlândia – a terra verde dos Inuits.

Groenlândia, uma palavra que evoca ilha, isolamento, esquimós e é claro aquecimento global.

É nesta terra inóspita onde estão algumas das rochas mais antigas da Terra, o que talvez explique o magnetismo e o mistério desta inóspita ilha que guarda em suas entranhas muito da história geológica do planeta. É difícil imaginar que estávamos no pedaço de terra mais setentrional do mundo e também um dos lugares mais ameaçados hoje.

Groenlândia no idioma local é “Kalaallit Nunaat”, que significa “a nossa terra”, não a terra de posse, mas a terra em que vivemos. Para o povo inuit não existe a minha terra ou a sua terra, para eles não há fronteiras porque se consideram parte do ambiente. No seu sistema de crenças tudo está conectado à Terra: os ancestrais, o idioma, o alimento e até um grande espirito que os conecta a tudo. Sem dúvida, uma invejável conexão com o lugar onde vivem.

Para chegarmos ao começo da enorme massa de gelo, é preciso andar 18km rumo ao interior. Superando nossos próprios limites e enfrentando grandes desafios.

Com 1,71 milhão de km² (2,85 milhões de km³), a Grande Capa de Gelo da Groenlândia é a segunda maior massa de gelo Terra, atrás apenas da Antártica.  Uma vasta área que cobre aproximadamente 80% da superfície da maior ilha do mundo. A espessura do gelo pode chegar até 3 km no seu ponto de maior espessura. Estável, mesmo em momentos de aquecimento no passado, a Groenlândia tem se mostrado um dos lugares mais sensíveis às atuais mudanças climáticas.

Sabemos que eventos e ciclos naturais existem e que a terra começou a ficar mais quente desde o fim da última era glacial. Porém desde o começo das explorações no ártico, há cerca de 100 anos, cientistas vêm registrando uma preocupante aceleração no derretimento do gelo, impulsionado, sobretudo, por nossa sociedade movida a combustíveis fosseis.

Ao analisarem amostras das enormes geleiras, os cientistas conseguem examinar bolhas de ar presas no gelo há milhares de anos. Nelas, centenas de informações sobre eras passadas podem ser colhidas. Quando comparamos estes dados aos atuais níveis de poluentes de nossa atmosfera, fica evidente o tamanho do problema: o homem nunca viveu numa atmosfera como a atual.

Em maio de 2013 a concentração de dióxido de carbono na nossa atmosfera alcançou a marca de 400 parte por milhão, o valor mais elevado desde 3 milhões de anos atrás.

O mar deveria estar completamente congelado nesta época do ano, mas as rachaduras denunciam que algo está errado por aqui. A Terra está em sua fase mais quente em 11.300 anos.  Desde os anos de 1970 o ártico recua 12% por década. Desde 1992 a grande Capa de gelo da Groenlândia perde 140 bilhões de toneladas de gelo por ano.

O que causamos ao planeta é irremediável. Mesmo que parássemos hoje de lançar gases de efeito estufa na atmosfera, o que já foi lançado continuaria a aquecer o planeta por séculos.

As partes escuras que aparecem sobre o gelo são resíduos de poluição e terra, num lugar cada vez mais quente, o vento leva a terra escura e seca para cima do grande manto. As partículas escuras absorvem mais calor e faz com que o gelo derreta ainda mais rápido do que as partes brancas, que conseguem devolver parte da radiação que recebem. Rochas que nunca haviam sido vistas começam a despertar em meio ao degelo.

Em 8 de julho de 2012 durante o verão do hemisfério norte um satélite da NASA divulgou uma imagem que chocou o mundo: os dados mostravam que 97% da ilha teve ao menos uma fina camada de gelo derretida. E o pior: isto aconteceu em apenas quatro dias.

O degelo das geleiras não é a única tragédia no ártico.

Resíduos químicos provenientes do mundo inteiro estão sendo jogados na atmosfera envenenando o ar, a terra e os mananciais.   Ao observar o gelo formado há 50 anos, os cientistas têm encontrado traços cada vez maiores de metais pesados como mercúrio, chumbo e pesticidas, como o DDT, causando doenças e mortes prematuras de humanos e outros animais. Estes poluentes percorrem longos percursos sob forma de gás, se condensam, caem sobre a neve, que derrete, e entram no oceano contaminando a cadeia alimentar. Cada vez que um ser se alimenta do outro, a concentração e toxidade vão aumentando na cadeia. Estas substâncias já foram encontradas até no leite materno de mulheres inuits.

Os níveis dessas substâncias têm crescido exponencialmente no decorrer dos anos, o sangue dos inuits possuem algumas das mais altas taxas de metais pesados do mundo. Com a crescente exploração de petróleo na região do ártico isso só tende a piorar.

Como em um jogo de pôquer, onde alguém dá as cartas, nós damos as cartas para a Terra e parece que não estamos dando as melhores.

Baía de Narsarsuaq

Aqui, onde os sinais do aquecimento global são mais visíveis, havia um consenso entre o povo local e os cientistas que encontramos: os verões estão cada vez mais quentes na Groenlândia.

Em pleno começo de outono a quantidade de icebergs que chegavam à baía de Narsarsuaq era preocupante. Soavam como enormes lágrimas de gelo, derramadas pela grande mãe Terra.

Em certo momento, durante uma conversa com o povo local, dissemos que no Brasil existem muitos céticos com relação ao aquecimento global, nesta hora uma senhora inuit mudou de expressão e nos disse: “se lá duvidam que ele exista, aqui nós sabemos exatamente o que ele significa”.

É chocante perceber a velocidade com que estes icebergs derretiam, alguns maiores que um carro, derretiam em menos de 48 horas. E estamos falando de um lugar muito frio, em pleno Ártico. Gota a gota, eles vão se tornando parte de um oceano cada vez mais quente.

Enfim, nunca foi tão quente na Terra dos inuits. Pelo menos, não que o homem tenha visto.

Aqui aos pés do círculo polar ártico, onde o céu presenteia os olhos dos visitantes com belas auroras, seguimos nossa viagem no topo do mundo.

2-Islândia: a gelada ilha dos vikings

A Islândia realmente parece outro mundo. Formada por sucessivas erupções vulcânicas durante 20 milhões de anos, a lava aqui mostra que ela é a grande artista.

A ilha é um caso curioso do ponto de vista geológico, encontra-se divida entre a placa europeia e a placa norte americana, fazendo com que o país geograficamente pertença aos dois continentes.

O clima é severo, venta forte e ajuda a erosão no seu trabalho.

No nosso caminho encontramos inúmeros vulcões em atividade, gêiseres, lagos coloridos, rochas mágicas que desafiam a gravidade, areias negras como a noite, com grãos enormes e paisagens inóspitas com rochas magnificas que brotam da Terra onde gigantes parecem jogar futebol.

Seguimos pele estrada Þjóðvegur ou Hringvegur, uma espécie de anel rodoviário que circula toda a ilha.

Passamos por cidades com 10, 20 casas e pela maior delas, Vík (com 500 habitantes), que mostra que o tempo parece não ter passado ou que passou muito devagar desde que os colonos vikings se estabeleceram aqui ainda no século IX.

Muitas destas casas ficam aos pés de enormes paredões de rochas, como se fossem Tsunamis prontas para devorá-las.

Tudo isso vai anunciando, lá no fim da estrada, ainda há dezenas de quilômetros, o grande glacial de Vatnajökull, nosso destino final.

Vatnajökull  é uma das maiores massas de gelo da terra. Está situada na área sudeste da ilha, dentro do Parque Nacional de Skaftafell, cobrindo mais de 8% do país. Com os seus 8.100 km², é a segunda maior calota de gelo da Europa em termos de área e a maior em volume. A espessura do gelo pode atingir até 1000 metros.

Apesar do impressionante tamanho, o gigante Vatnajökull vem diminuindo há alguns anos, devido às alterações climáticas e à atividade vulcânica recente.

O degelo forma canais azulados que se estendem por quilômetros, seguindo estes canais encontraremos o maior testemunho deste preocupante degelo.

Jukulsarlon

Aos pés da grande geleira, num lugar conhecido como cabeça de Breiðamerkurjökull, está Jökulsárlón, que quer dizer, em tradução literal, “o lago da geleira”. Como é formado pelo degelo da enorme massa glacial, medições constantes mostram o lago aumentou 4x de tamanho desde os anos de 1970. Graças ao aquecimento global que impulsionou o deslocamento e o derretimento do gelo.

Com 248m de profundidade e 18km² tornou-se o maior e mais profundo lago da Islândia.

O lago é formado por icebergs que desprendem da grande Vatnajökull, formando um espetáculo macabro, um desfile pitoresco de pedaços de gelo, alguns com centenas de anos, que formam uma procissão fantasmagórica de luminosos icebergs azuis. Cada vez mais rápido, cada vez mais cruel.

Um espetáculo macabro que não deve parar por aqui.

3-Permafrost

Permafrost, Sibéria – Russia

Ainda aos pés do círculo polar ártico, fomos ao encontro de um gigante, conhecer de perto um fenômeno pouco conhecido que tem dado sua contribuição para o aquecimento global.

Rússia o gigante Eurasiano – O Permafrost no leste do Oblast Arkhangelski

Permafrost pode não ser um termo comum para muitas pessoas, trata-se de um solo que está permanentemente congelado há séculos. Ele existe em quase todas as regiões setentrionais do globo: do Alasca ao Canadá, da Groenlândia à Escandinávia e, também, na Rússia, o maior país da Terra. A Rússia possui mais de 17 milhões de quilômetros quadrados, entretanto, cerca de 63% do seu território é composto por Permafrost, estendendo-se por quilômetros através das gélidas planícies da Sibéria e oblasts vizinhos.

Este solo tem sido muito afetado pelas mudanças climáticas das últimas décadas. Nem mesmo os mais pessimistas imaginavam o degelo desta bomba adormecida que carrega em suas entranhas: metano, um gás com potencial de efeito estufa ainda mais nocivo e até 30 vezes mais potente que o dióxido de carbono.

Mas o inevitável, em um planeta cada vez mais quente, começou a acontecer: a camada de gelo que era tida como impermeável começou a derreter. O solo sem o gás e o gelo de outrora começaram a condenar áreas urbanas ao redor do globo, entortando prédios, ferrovias e até pistas de pouso.

Ele é o grande vilão silencioso que vem sendo liberado pelo degelo do solo…

Alguns estudiosos dizem que a Rússia pode perder 30% do Permafrost até 2050. Sabemos que o CO2 é o maior responsável pelo aumento das temperaturas na terra, mas, caso todo o Permafrost derreta e libere toda a sua carga mortal de gás metano, isso causaria mudanças inimagináveis no planeta.

Estaríamos literalmente em território alienígena.

Jaz sobre este solo uma bomba relógio.

4-Amsterdã

 

Mesmo numa das cidades mais sustentáveis do mundo, onde reinam soberanas as balsas sobre a água, os trens e as bicicletas, após grandes incentivos do governo e a reorganização do trânsito na cidade, o impacto do homem existe. Mesmo lugares em risco são culpados pela situação do planeta. A Holanda é um dos países que mais usam pesticidas por hectare. Os mesmos pesticidas que mantêm lindas estas tulipas são os que estão envenenando o ártico e outras regiões da Terra. Entretanto, o mundo talvez tenha muito a aprender com a mobilidade urbana de Amsterdã, observando os acertos que lhes fizeram atenuar alguns erros do passado.

Geograficamente a Holanda faz parte dos chamados Países Baixos, que se encontram abaixo do nível do oceano. O país gasta milhões todos os anos para conter o avanço das águas do mar do Norte. São cerca de 16 000 km de diques que controlam o nível das águas. Amsterdã, por enquanto, pode pagar a conta para conter as águas dos oceanos, mas e os países mais pobres? Conseguirão fazer o mesmo? Maldivas, Tuvalu e Bangladesh são lugares completamente condenados. O que vamos salvar? E o que abandonaremos? Ainda não sabemos… Outros seres talvez não possam fazer as mesmas escolhas que nós e seus destinos talvez sejam mais dramáticos e incertos.

Em frente à Estação Central de Amsterdã, instalamos um boneco inflável que metaforicamente simboliza o Planeta e perguntamos às pessoas o que elas faziam pelo “Mr. Planet”?

Algumas observavam, esmurravam, faziam fotos, o agrediam, o cercavam e o abraçavam… Mas o sentimento mais comum com a situação do Planeta ainda é a indiferença… Entretanto, alguns lhe dão amor, o envolvem e o protegem. Se o planeta fosse um indivíduo, estaria ele feliz?

A elevação do nível dos oceanos é uma verdade inconveniente e Amsterdã não estará imune. O país só poderia criar, a um custo aceitável, meios tecnológicos para solucionar uma elevação de até 5m. Em determinado momento do avanço dos oceanos as soluções de engenharia se mostrariam incapazes de conter as águas.

5-Veneza:

Por enquanto Veneza, assim como outros lugares ricos no mundo, podem fazer esforços bilionários para barrar as águas dos mares, como São Petersburgo, que construiu uma barreira no mar Báltico ao custo de 6 bilhões de dólares. Mas, num futuro próximo, estas soluções de engenharia não ajudarão muito e estas cidades continuarão vulneráveis.

O planeta esquentou cerca de 0,8C nos últimos cem anos, 0,6C só nas últimas 3 décadas. Se continuarmos no atual ritmo, a Terra poderá esquentar mais 0,4C até 2100, o que aceleraria o degelo, fazendo o mar subir até 2m no fim deste século. Porém se todo o gelo da Groenlândia derreter, poderá haver uma elevação ainda maior, de cerca de 7m no nível dos oceanos, em todo o mundo. O manto de gelo da Antártica, mesmo estando mais estável, já apresenta sinais de degelo. Pode não parecer muito, mas já seria o suficiente para que mudássemos completamente nossos mapas.

Em todo o mundo, 136 grandes cidades estão em perigo, 40 milhões de pessoas estão em risco nestes lugares, milhões de espécies poderão perder seus habitats. Trilhões de dólares valem os lugares ameaçados, cerca de 10% do PIB mundial. Nova York, Recife, Bangkok, Sydney, Rio de Janeiro, Londres… A maioria das grandes cidades do mundo está em risco. Miami poderá virar uma ilha se o mar subir apenas 1,2m. Com enchentes e inundações cada vez mais comuns, o mar já ameaça os suprimentos de água doce em vários lugares do mundo.

O aquecimento global não vai implicar apenas em um mundo mais quente com oceanos mais altos, mas, também, em eventos climáticos cada vez mais extremos e desordenados. Mais calor no verão, ondas de frio mais intensas no inverno, secas prolongadas e tempestades apocalípticas serão mais frequentes.

Riqueza não garante nada. Veneza já foi uma das mais importantes cidades comerciais do mundo e hoje tornou-se um marco, um símbolo dos muitos lugares ameaçados pelo aumento do nível dos oceanos. Parece que não se poderá fazer muito para que patrimônios culturais como este não desapareçam. Nenhum lugar no mundo talvez tenha perdido mais habitantes que Veneza. Estima-se que 120 mil deixaram a cidade nos últimos 50 anos. Um prelúdio do seu fim? Talvez…

Alguns processos naturais, como o movimento das placas tectônicas, aliado à atividade humana local, vem fazendo com que a cidade afunde lentamente no decorrer dos séculos, porém o aquecimento global está acelerando sua triste sentença.

Os mesmos canais que a tornaram mundialmente famosa a condenam. Construída sobre um arquipélago de 118 ilhas e formada por cerca de 150 canais, ela está cada vez mais vulnerável às marés altas. As charmosas gôndolas passeiam ano após ano por canais com níveis cada vez mais altos. A cada 100 anos, a romântica Veneza afunda cerca de 15cm nas águas do mar Adriático.

BRASIL:

A sétima maior economia do mundo, a segunda do continente americano, atrás apenas dos EUA, um dos gigantes emergentes da atualidade, um enorme país que ocupa o 5º lugar em população e em território. São quase 200 milhões de pessoas vivendo neste lugar que guarda uma das maiores biodiversidades do planeta. Maior produtor mineral do continente, o maior produtor de soja e um dos maiores mercados consumidores do mundo. Quase tudo neste gigante soa superlativo, com riquezas acima do solo e abaixo dele.

O Brasil, que já foi eleito o quarto maior poluidor da Terra, atrás apenas de China, USA e UE, hoje ocupa o 6º lugar; não que tenha parado de poluir, mas porque Índia e Rússia começaram a poluir mais.  O país desponta no cenário global, mas se pergunta: como proteger e explorar ao mesmo tempo? Como crescer sem se autodestruir, sem repetir os erros dos países ricos industrializados?

É aqui que visitaremos os próximos 5 lugares ameaçados de nossa lista.

6-Caatinga

Caatinga, uma palavra tupi-guarani quer dizer “mata branca”, uma referência à paisagem árida e seca desta região de savana. É o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que ela não pode ser encontrada em nenhuma outra parte do mundo. Sua área ocupa cerca de 800.000 km², o que equivale a 11% do território do país. Entretanto, a Caatinga é o bioma mais fragilizado e o menos protegido do Brasil, apenas 7% do ecossistema está em áreas de proteção.

Poucos imaginam a grande biodiversidade que aqui existe. Estudos recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, milhares de espécies vegetais e animais ainda sobrevivem nesta terra que parece possuir pouca vida.

A caatinga é um dos ecossistemas mais ameaçados da Terra, ela fica localizada numa das muitas áreas de desertificação ao redor do mundo. Um problema que tende a crescer cada vez mais com o impacto humano e com o aquecimento global. Um enorme deserto pode estar se formando nesta região do Brasil. A área vulnerável à desertificação abrange 16 % do território nacional e está distribuída sobre 11 estados, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo, Piauí, Sergipe, Maranhão e Bahia.

Encravada na região mais pobre e árida do Brasil, ela sofre com a exploração e o desmatamento. Com uma população carente de outras fontes de energia, a vegetação nativa acaba virando carvão vegetal. Mas o maior impacto e devastação vem das grandes indústrias, os polos gesseiros e cerâmicos são os principais responsáveis pelo uso da lenha como combustível em seus processos de produção. O governo autoriza a atividade industrial na região de forma indiscriminada e com pouca fiscalização. Cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem. Árvores, como a Aroeira e o Umbuzeiro, foram proibidos de serem usadas como fontes de energia para tentar protegê-las. Com tanta degradação, espécies ameaçadas só se multiplicam.

Com a perda da vegetação, o solo sofre com o empobrecimento, pois fica exposto a erosão abrindo caminho para a desertificação. Esses processos de erosão são responsáveis pela alteração do regime dos rios, tornando o abastecimento das comunidades locais um grande problema. Há dois anos a região enfrenta uma das piores secas da história. Milhares de animais morreram, pouco parece ter escapo com vida nesta paisagem.

Cada gota de água tem bilhões de anos e percorreu milhões de quilômetros até nos alcançar. Ela é abundante no planeta, porém, água em casa ainda é um privilégio raro para algumas pessoas, mesmo em países ricos como o Brasil. A promessa de água nestes lugares é tão invisível e incerta quanto esta torneira que some em meio à paisagem. Uma miragem? Um sonho impossível?

Aqui, no sertão nordestino, água ainda é um sonho distante. Os mais pobres travam, há anos, uma luta contra estas duras condições climática e contra o descaso dos governos. Muitos ainda nem sonham com os luxos de um banho de chuveiro. Sabemos que há milhões de anos os rios arrancaram minerais das rochas e encheram a água doce dos oceanos de sal. Mas, com tecnologia e energias limpas, podemos fazer o caminho inverso, dessalinizando as águas dos mares, redistribuindo água por toda a Terra? Resgatando vida? Isso resolveria o problema do nordeste brasileiro? Nós ainda não sabemos. Se ajudaria… certamente.

Não existe muito que possamos fazer para salvar a Caatinga da desertificação, processos assim tendem a ser quase irreversíveis. A região hoje possui um dos mais altos índices de desertificação do mundo. Em um planeta cada vez mais quente, o seu crescimento e aridez parecem infindáveis…

A menos que mudemos significativamente nosso estilo de vida nocivo ao planeta, as emissões de gases do efeito estufa criarão um mundo bem diferente do que evoluímos. O aumento de 4ºC nas temperaturas da Terra até 2100 já é um consenso entre muitos estudiosos, mas o Brasil poderá ficar até 6ºC mais quente, acelerando ainda mais a perda deste frágil ecossistema.

Não existem “eles ou nós” quando se fala do que acontece na Terra. Estamos no mesmo barco, o problema e a responsabilidade são nossos. O que você faz na sua cidade interfere aqui e em várias outras áreas da Terra. Os lugares de natureza vasta e intocada estão desaparecendo em todo o mundo. Perder estes lugares significará perder uma parte de nós mesmos.

7-Corais:

Os recifes de corais do Oceano Atlântico representam apenas 7,6% do total mundial, mas são um lar para milhares de espécies, pois, são importantes para manutenção da vida nessas águas. As barreiras de corais que existem na costa da região nordeste do Brasil são as únicas do Atlântico sul. Espalhados por cerca de 3 000km, os bolsões mais significativos estão entre os estados do Maranhão e o sul da Bahia.

O fato de muitos destes corais estarem próximos de grandes cidades pode ser sua maior tragédia. A poluição doméstica e industrial, que lança esgotos e resíduos químicos no oceano, é uma das causas de doenças infecciosas entre os corais. Até os anos de 1980, os corais eram usados para fabricação de cal no país. Eles eram extraídos, acredite, usando explosivos e picaretas. O litoral do Brasil já perdeu 80% de recifes de corais nos últimos 50 anos, o resto continua agora ameaçado principalmente pelas mudanças climáticas, que acontecem a nível global, e que têm enorme impacto no oceano.

Quando o gelo do polo norte desaparece, as águas escuras do oceano ártico absorvem mais e mais calor, diferente do gelo branco, que conseguia refletir parte da radiação recebida. Isso faz aquecer todo o oceano por meio das correntes marinhas, levando com elas poluentes e pesticidas tóxicos que ficavam presos anteriormente sobre o gelo. Mínimas alterações na temperatura da água podem significar muito para estes organismos que são essenciais para a manutenção da vida marinha.

Com mares absorvendo mais dióxido de carbono, o PH tende a ficar cada vez mais baixo, tornando os oceanos mais ácidos e alterando de forma preocupante a química dos oceanos. Fenômenos como o branqueamento e morte dos corais tornam-se uma constante. Se a destruição continuar no ritmo atual, 70% dos recifes do mundo poderão desaparecer em apenas 50 anos. Restarão apenas esqueletos brancos calcificados, como um cemitério subaquático. Infelizmente 20% deles já não podem mais ser recuperados.

Em janeiro de 2014, durante o pior verão da história do sudeste brasileiro, o aquecimento dos oceanos provou-se realmente preocupante: era possível ver do espaço uma mancha de algas mortas com mais 800km de extensão, resultado do aquecimento anormal das águas do Atlântico Sul.

Olhando de fora não passam de estranhas formas sobre a água, mas, mergulhando, as manchas se transformam em uma explosão de vida e entendemos a importâncias de manter a saúde destes ecossistemas.

Mesmo com as mudanças climáticas em curso os seres humanos continuam a representar a maior ameaça aos recifes de corais e aos oceanos. A poluição, a pesca predatória, o grande trafego de barcos nas áreas de corais, aliados às altas temperaturas dos oceanos cada vez mais quentes, fazem hoje com que a situação desses ecossistemas seja preocupante. Alguns especialistas apontam a degradação dos corais e o aumento da temperatura dos oceanos como umas das maiores catástrofes do aquecimento global.

Com fama de cruéis e perigosos, os tubarões estão sendo caçados e mortos em todo o mundo. Incontáveis espécies de tubarões já se encontram em processo de extinção. Esses animais estão no topo da cadeia e são vitais para o equilíbrio da vida nos oceanos. Tudo é cíclico e um problema não está desvencilhado do outro: com a destruição dos recifes de corais, várias espécies de peixes, como os tubarões, perdem sua área de alimentação e passam a procurar outras, assim os desastrosos encontros com humanos acontecem. Um exemplo disto foi à construção do porto de Suape, no Recife, nos anos de 1990, quando rios foram desviados e arrecifes de corais foram implodidos, com isso a cidade registrou 59 ataques de tubarões desde então, 24 deles fatais.

A saúde dos oceanos é vital para nós. Quase todo oxigênio que respiramos vem das cianobactérias ou algas verde-azuladas. Todos devemos muito a estes seres aquáticos, que estão há bilhões de anos lançando oxigênio na atmosfera, possibilitando o surgimento de nossa espécie.

Salvamento de Tartaruga-de-Pente

Durante nossa expedição à costa de Touros/RN o inesperado, mas não incomum: uma rede de pesca cruza nosso caminho em alto mar. Encontramos uma tartaruga de pente, uma das espécies ameaçadas de extinção, sufocando, presa numa rede ilegal no meio do oceano. Ela deveria estar segura no seu habitat, mas não está. Nos perguntamos que tipo de ser coloca uma rede de pesca sobre um coral ameaçado. Nós temos esse direito? Somos os donos de todos os seres do mundo? Todas as espécies podem sucumbir pelo bem estar de apenas uma? A Humana?  Essa tartaruga nós conseguimos salvar… Mas… e as outras?

Trabalho da ONG Numar

De volta à costa, nossos olhos nos dizem que ainda podemos confiar em alguns de nossa espécie. Somos realmente uma espécie curiosa, capaz de sonhos incríveis, mas também de pesadelos terríveis. No mesmo dia vimos o pior e o melhor dos seres humanos.

Atitudes como as dos membros da ONG NUMAR, na praia de Cajueiro, em Touros, no Rio Grande do Norte, nos mostram que nem tudo está perdido. Mesmo enfrentando grandes dificuldades financeiras, tendo que andar quilômetros por dia recolhendo animais feridos e demarcando área de desova, eles são munidos de muita determinação. Contam apenas com uma pequena ajuda da Prefeitura local, que faz o que pode. Mas, mesmo com tanta dificuldade, eles salvam milhares de animais da extinção todos os anos.

Poucos animais nascem com tão poucas chances de sobreviver. De cada 1000, apenas 2 chegarão à idade adulta.  Esses animais nascem com uma determinação instintiva em direção ao mar, uma pegada humana é só mais um obstáculo em sua jornada rumo ao oceano.

8-Floresta Amazônica:

Amazônia… O gigante verde.

Com mais de cinco milhões de quilômetros quadrados ( 5.217.423 km² ) só na parte brasileira do bioma, ocupando quase metade do território do Brasil, ela é uma das maiores florestas do globo e uma das maiores concentrações de vida de toda a Terra. Uma em cada dez espécies conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica.

A floresta tropical existe há pelo menos 55 milhões de anos, ela se formou provavelmente no período Eoceno.

Cortada pelo rio que leva o mesmo nome, ele é o segundo mais extenso do planeta, com mais de 6 mil km (6.992,06 km) de extensão e mais de mil afluentes. A Amazônia possui a maior bacia hidrográfica do mundo, com pouco mais de 7 milhões de km quadrados (7 050 000 km²), responsável por cerca de um quinto de todo o fluxo pluvial do mundo.

O Brasil é o número 1 em biodiversidade: 13% dos anfíbios, 10% dos mamíferos, 17% das borboletas, 19% das plantas e 21% dos peixes do mundo encontram-se aqui. A região é o lar de cerca de 2,5 milhões de espécies de insetos, um em cada cinco de todos os pássaros do mundo vivem nestas florestas tropicais. A diversidade de espécies de plantas é, sem dúvida, a maior da Terra.

Alguns especialistas estimam que, em um quilômetro quadrado, pode conter mais de mil tipos de árvores diferentes e mais de 90mil toneladas métricas de plantas vivas.

Deveria ser natural nosso instinto em proteger lugares como a Amazônia, mas infelizmente não é o que acontece. O desmatamento, o tráfico ilegal de animais, a extração predatória de madeira e de outros produtos oriundos da floresta estão matando este enorme bioma. Todos os anos uma área do tamanho do estado de Sergipe é desmatada no Brasil. É o desmatamento e as queimadas que torna o Brasil um dos maiores emissores de CO².

Com aprovação, em 2012, do novo código florestal brasileiro, os grandes latifundiários comemoram. Este novo código flexibilizou o uso da terra, anistiando devastadores e perdoando multas. Na primeira medição do desmatamento após aprovação da nova lei foi constatado que a devastação da Amazônia brasileira cresceu 28% em um ano; 5,8 mil km² foram destruídos de agosto de 2012 a julho de 2013.

Os estados com maior crescimento no desmatamento foram o Pará e o Mato Grosso, justamente dois dos maiores produtores de soja e carne bovina do Brasil. O agronegócio pode até movimentar milhões, mas geralmente numa terra onde entram a soja, a cana de açúcar e os grandes rebanhos, sai a floresta.

Essa enorme plantação de soja não vai alimentar pessoas e sim rebanhos cada vez maiores. Com mais de 211 milhões de cabeças de gado, existem mais bovinos que humanos vivendo no Brasil, o segundo maior rebanho do mundo.

O país é um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina, um negocio de 7 bilhões de dólares, como saciar o apetite dos países ricos por carne e proteger as florestas ao mesmo tempo? O mundo quer salvar a Amazônia, mas também quer comer mais carne.

Os povos indígenas, que desde tempos imemoriais habitam estas terras, não eram tão desprezados e excluídos do diálogo desde a ditadura militar no Brasil. Suas terras e reservas legais estão sendo questionadas. A importância dos povos da floresta está diretamente ligada à preservação destes bolsões de vida.

9-Mata Atlântica:

Um patrimônio ameaçado.

O som da floresta nos dá uma ideia da biodiversidade que aqui reside, uma variedade muito semelhante a da Floresta Amazônica, Já que ambas são florestas tropicais. Esta floresta úmida já cobriu quase toda a costa brasileira ao longo Atlântico e também partes do Uruguai, Paraguai, Argentina e ilhas oceânicas. Do que existia no Brasil no séc. XV, época da chegada dos colonos europeus, restam apenas cerca de 7% da cobertura original, fazendo com que seja considerada hoje o bioma mais ameaçado do Brasil e uma das 5 florestas mais ameaçadas da Terra.

A maior parte dos cerca de 7% que restam no Brasil estão na Serra do Mar, entre os estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina. A região da Mata Atlântica é a que mais possui unidades de conservação na América Latina, apesar disto, as áreas protegidas cobrem menos de 2% do bioma e metade das espécies de vertebrados ameaçadas não se encontram em qualquer área protegida.

A região é desmatada há centenas de anos, por causa da exploração da cana-de-açúcar, do Pau-brasil, das plantações de café e, mais recentemente, por conta do enorme crescimento das maiores capitais brasileiras, encravadas na região da Mata Atlântica, sufocando a Floresta com seu crescimento desordenado, invasões ilegais e industrialização nas zonas periféricas que são fronteiriças a mata.

O suprimento de água doce desse remanescente florestal abastece mais de 100 milhões de pessoas na costa do país. É aqui onde residem cerca de 70% da população brasileira, o que faz aumentar ainda mais o desmatamento e a invasão de áreas de preservação.

O bioma possui 20 mil espécies de plantas, sendo 40% delas endêmicas, o que significa que elas só existem aqui.  A  fauna de vertebrados endêmicos é formada principalmente por mamíferos, aves das mais diversas espécies e anfíbios, que desde os anos de 1980 registram consideráveis diminuições de suas populações ao redor do mundo, tornando-os hoje os animais no topo do ranking de ameaçados.

Apesar de legalmente protegida, a perda dos hábitats, a caça e extração predatória de produtos florestais não diminuíram. Hoje 510 espécies animais e vegetais estão ameaçadas só aqui.

E ainda existe muito a ser descoberto, recentemente, foi descoberta uma nova espécie de porco-espinho em Pernambuco, o Coendou Speratus, descoberto somente em 2013.

Estima-se que exista no Brasil 1,8 milhão de espécies, mas somente 10% disto é conhecida pela ciência. Entretanto muitas espécies estão sendo descobertas tarde demais para serem salvas. E as já descobertas lutam para continuarem a existirem diante de nossos olhos.

No Brasil 627 espécies de animais estão severamente ameaçadas e poderão sumir nos próximos anos. A lista de plantas e árvores em perigo é grande demais para ser lida aqui.

Há 500 anos, quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, e começaram a extrair riquezas destas matas, como o Pau-Brasil, talvez jamais imaginassem que um dia a floresta pudesse estar prestes a desaparecer, infelizmente é assim… Nunca imaginamos que os recursos naturais são finitos. Se o Brasil não proteger a Floresta Amazônica, ela poderá em breve ter o mesmo fim da Mata Atlântica.

Qual o futuro das florestas do Brasil? Nós não sabemos. Mas hoje elas estão extremamente ameaçadas.

9 – Florestas:

As mudanças climáticas podem acelerar ainda mais estes processos de extinção das florestas. Florestas ocupam cerca de 30% da superfície terrestre, elas são importes para a vida do ser humano devido a muitos fatores, principalmente de ordem climática. Árvores são memórias vivas da passagem de tempo na Terra, sobrevivendo fortes presas ao solo, testemunhos de tempestades, invernos e até revoluções. Nós não evoluímos em prédios de concreto e cimento, vivemos milhares de anos em meio à natureza selvagem, este é o nosso lar, nossas células reconhecem as células destas plantas, elas são nossas irmãs. Evoluímos cercados por natureza e aqui é o ambiente que é natural para nós.

10- São Paulo/a megalópole do sul do mundo

São Paulo, uma das maiores aglomerações urbanas da Terra. Quase 20 milhões de pessoas disputam aqui oportunidades e recursos naturais diariamente. É a locomotiva econômica do Brasil. Aqui a busca pela sobrevivência é tão acirrada como em qualquer selva ou outra grande cidade. Milhões em negócios circulam diariamente em São Paulo, que possui representantes de quase todas as grandes marcas e corporações do mundo, uma das 10 cidades mais ricas do globo, com um PIB maior do que países como Chile, Israel e Cingapura. O preço de tanto desenvolvimento?

O envenenamento do ar, a devastação de dezenas de ecossistemas, a morte de rios e florestas. Aqui a morte de dois ecossistemas, o rio Pinheiros e o rio Tietê, não parecem incomodar de forma significativa os milhões que trafegam nas grandes avenidas ao seu redor, são dois cadáveres a céu aberto. Seus níveis de oxigênio estão sempre próximos a zero. Um projeto de despoluição começou há 20 anos e já foram gastos mais de 3 bilhões de reais, a mancha de poluição diminuiu, mas o oxigênio continua baixo, tornando o rio um lugar pouco convidativo para vida. Um imenso potencial turístico e de transportes fluviais, que poderiam ajudar a desafogar o trânsito nas enormes vias ao seu redor. Mas isso seria impossível com o atual estado dos rios.

Alguns podem não gostar do que veem todos os dias, mas o que é feito para mudar isso? O que exigimos dos governantes? O quão dispostos estamos a mudar? Foram aterrados vários outros rios para construção de grandes avenidas, quilômetros de áreas de mananciais e florestas foram completamente devastados para dar lugar a maior megalópole do hemisfério sul, infelizmente este mesmo modelo foi seguido pela maioria das grandes cidades do mundo. Que crescem cada vez mais, consumindo mais recursos, energia e tendo um impacto assustador no meio ambiente ao qual coabitam, nem sempre sustentáveis, nem sempre conservacionistas. O apetite pelo crescimento é endêmico a metrópoles como São Paulo.

Somam-se ainda a poluição intensa, a inversão térmica e a enorme quantidade de carros, pela última contagem, em fevereiro de 2014, eles passavam de 5 milhões de automóveis. Cada vez mais rápida a compra de carros é incentivada pelo governo federal brasileiro com o pretexto de salvar a economia, ao fazê-lo o governo parece esquecer-se das consequências de incentivar o modelo de transporte individual. Consequências que recaem não só sobre a cidade, mas também sobre o planeta. Quase não se anda no trânsito das maiores cidades brasileiras, engarrafamentos podem passar dos 300km. Este é o preço de incentivar o transporte individual, andamos para trás enquanto não aprendemos a pensar coletivo.

São Paulo esquentou muito nas últimas décadas, tem sol em abundância, como no resto do Brasil, mas quase nenhum painel de energia solar.

São Paulo é a maior cidade do hemisfério sul, mas quase não tem metrô. A cidade do México começou a construir seu sistema metroviário quase na mesma época que SP e hoje a cidade conta com 225km de linhas, enquanto São Paulo… mal passa de 75km.

São Paulo tem a maior frota de helicópteros do mundo… mas quase nenhuma ciclovia fixa. A maioria delas é para divertimento nos fins de semana. Cidades como São Paulo podem parecer modernas, mas ainda repetem muitos erros do passado. Não percebemos que com este modelo colocamos em risco nossa própria existência? Cidades assim são uma ameaça a si próprias.

Quais seriam os prejuízos no futuro pelos danos causamos por cidades assim?  Quem pagará esta conta? Os cofres públicos? As pessoas que nelas vivem? Ou deixaremos para as futuras gerações, como sempre fazemos? Nós… nós pagaremos a conta, mas não pagaremos sozinhos, todas as formas de vida na Terra sofrem com nossas escolhas erradas e impactos, não importa em que lugar da Terra você esteja, seu impacto viaja quilômetros até frágeis ecossistemas ao redor do mundo.

Pode parecer que estamos muito distantes da natureza nestas grandes metrópoles, mas o que aqui não provêm de recursos naturais? A Terra nos dá tudo que precisamos, por mais modificados e industrializados que sejam os itens tecnológicos, ainda assim eles são de procedência natural.

Cidades como São Paulo têm concerto? Talvez. Projetos inovadores, desenvolvidos por cientistas e estudiosos em todo o mundo, provam que a vida nas grandes cidades pode ser boa para o planeta. Essas tecnologias ou novas formas de lidar com o lixo, com o transporte, com a construção civil e com a reutilização de recursos nos dizem que precisamos urgentemente reciclar nossa relação com as cidades. Como unir os meio urbanos aos meios naturais sem destruir a ambos?

A resposta talvez esteja na forma como você lida com seu impacto na cidade.

Use menos o carro, cobre dos governos melhorias na rede pública de transporte, coleta seletiva e preservação de áreas verdes. Sustentabilidade precisa ser pauta de campanha eleitoral no Brasil.

Body Art:

Um dos elementos artísticos que mais se destacam na obra do artista plástico Thiago Cóstackz, sem dúvida, é o Body Art, do inglês “arte no corpo”, é uma manifestação das artes visuais onde o corpo (inclusive o do próprio artista) é usado como suporte, elemento ou base para produção de obras de arte, intervenções e até protestos.

Nesta edição do S.O.S Terra, o artista realizou 16 intervenções corporais em si e no corpo de celebridades como a atriz Christiane Torloni, o ator Carlos Casagrande e no da top model Fernanda Tavares, fazendo grande conexão com problemas ambientais da nossa época e inspirados nos quatro elementos da Terra: água, fogo, terra e ar.

As obras fazem um alerta sobre a exploração de petróleo no Ártico e no Litoral do Brasil e sobre a devastação da Floresta Amazônia, que aumentou 28% com aprovação do Novo Código Florestal Brasileiro em 2012; se posicionam contra a remarcação das terras indígenas e o extermínio de sua cultura, põem em cheque nossa relação nada sustentável com as cidades, a massificação dos modelos de consumos e nossa inércia diante das mudanças no planeta. Como é de costume, a possível extinção de dezenas de espécies e o sofrimento animal diante dos grandes desastres ambientais não passam despercebidos na obra do artista, que usa o body art como forma de humanizar esses problemas, fazendo com que o observador consiga “sentir na pele” o sofrimento de alguns seres diante de nosso impacto cada vez maior e mais irresponsável, questionando quais os limites do “desenvolvimento” e como passaremos pela “adolescência tecnológica” sem nos autodestruirmos.

As fotos das performances e intervenções corporais foram feitas em parceria com o fotógrafo Lienio Medeiros e com o estúdio Fujocka Photodesing.

Todas as fotos foram produzidas com materiais sustentáveis, recicláveis ou certificados, tais como tintas corporais à base de água, maquiagens sem testes em animais, tecidos crus sem coloração industrial, retalhos de tecidos retirados do lixo de grandes confecções, tintas acrílicas à base de água, líquidos sem óleos ou metais pesados, que poluem os mananciais, perucas com fios feitos de polímeros à base de garrafas PET e cenários feitos com isopor reciclável e papelão descartado no lixo ou reciclado.

Lista de obras:

A Abdução do Abaporu e a Invasão Humana

Inspirada na obra Abaporu, de Tarsila do Amaral, a obra faz uma reflexão sobre a não valorização da cultura nacional, que pode acabar abduzida por outros países (como aconteceu ao Abaporu, que foi parar na Argentina). Todos os elementos naturais da obra foram modificados e trocados por elementos humanos, como a grama sintética e o cacto, que acabou virando uma estrada, símbolo máximo, na obra do artista, de nossa presença e impacto na Terra. Foi exposta no MASP (Museu de Arte de São Paulo) durante a homenagem que Thiago Cóstackz recebeu do Ranking Benchmarking Sustentável, que premiou, em 2012, boas práticas na sociedade ligadas à sustentabilidade.

Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes e Sandro Galdino

Modelo corpo: Danille Siga

Em uma Sociedade de Clones, Despertar é Preciso!

Releitura da Obra Operários, de Tarsila do Amaral, onde uma enorme fábrica futurista produz seres iguais, em dois arquétipos, o masculino e o feminino apenas, questionando a nossa massificação de pensamento, consumo e identidade. A foto mostra dois seres despertando, mostrando que a mesma máquina (sistema ou modelo?) que os produz iguais é também capaz de despertá-los.

Modelo, Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes e Sandro Galdino

O Sono Profundo da Sociedade de Clones

Modelo, Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes e Sandro Galdino

 

O Holocausto Verde do Exterminador

A foto mostra um vilão prestes a devastar mais e mais, mesmo depois de já ter devastado toda a vida atrás dele. Tatuado com o símbolo da energia nuclear, ele segura uma motosserra colorida, contrastando com o preto e o branco predominantes na foto, fazendo uma alusão às justificativas para o desmatamento e à destruição do meio ambiente, que são sempre muito “coloridas” e maquiadas: “tudo pelo progresso, pela alimentação do povo e pela riqueza do país”, afirmam eles, mas que no fundo esconde uma motivação extremamente macabra e cruel, o vale tudo pelo crescimento econômico, já que o que comemos provém da agricultura familiar e a devastação ser sempre para outros fins. Mas a foto não fala só dos grandes devastadores e poluidores, ela fala que dentro de todos nós existe um “devastador”, que, mesmo em doses menores, podemos ter um impacto terrível no meio ambiente onde coabitamos, seja por nosso consumismo desenfreado, que transformou a Terra numa enorme fábrica operando a todo o vapor para suprir as necessidades de 7 bilhões, seja pelo silêncio em deixar passar leis terríveis, como o Novo Código Florestal brasileiro, que flexibilizou o uso da Terra e já fez crescer cerca 28% o desmatamento na Floresta Amazônica.

Modelo: ator Carlos Casagrande

Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes, Sandro Galdino,

Renata de Paula, Anderson Torres, Andre Cardoso e Matheus Gera

Assistente de maquiagem: Fernanda Marques Vieira

Produção: Felipe Cavalheiro Produções

Making of: Fernando Vitolo / Younik

Estúdio: Video Film

Sarcófago de Ave Tupi:

Inspirada nos totens indígenas e na arte mortuária do antigo Egito, a obra faz uma referência às aves severamente ameaçadas e aos povos indígenas, que parecem estar ameaçados na mesma medida, sepultados em um solitário sarcófago, em uma floresta imaginária que ainda existe no imaginário mágico do artista.

Modelo, Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes, Sandro Galdino,

Renata de Paula, Anderson Torres, Andre Cardoso e Matheus Gera

Produção: Felipe Cavalheiro Produções

Assistente de fotografia: Rodrigo Prevato

Making of: Fernando Vitolo / Younik

Estúdio: Video Film

Abdução do Boto Cor de Rosa:

Oh, alienígenas libertem-nos! Oh, física quântica: salve-nos!

The Abduction of the (pink) Amazon River Dolphin

Oh aliens, free us! Oh quantum physics, save us!

Modelo, Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes, Sandro Galdino,

Renata de Paula, Anderson Torres, Andre Cardoso e Matheus Gera

Produção: Felipe Cavalheiro Produções

Assistente de produção: Claudia Muniz

Making of: Fernando Vitolo / Younik

Estúdio: Video Film

Série Morte no Mar Negro e Morte no Ártico:

A série de fotos de figuras humanas metamorfoseadas, agonizando no petróleo, fazem uma referência aos grandes desastres ambientais que nos assolam há tempos. Denunciando nosso uso irresponsável dos recursos naturais e a exploração cada vez maior de petróleo em áreas de preservação e de ecossistemas sensíveis como o ártico e os oceanos. Figuras míticas como uma sereia tentando escapar de um mar lotado de petróleo, agoniza, vomita petróleo e passa sua dor ao observador, assim como a uma figura humana (meio peixe, humano e pássaro) sente na pele o impacto de um desastre ambiental e nos questiona, em tempos de Pré-Sal, “se não temos tecnologia suficiente para perfurar os poços de petróleo, teremos para lidar com possíveis problemas ambientais causados por um volume tão grande de extração?”

Modelo sereia: Top model Fernanda Tavares

Modelo II, Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes, Sandro Galdino,

Renata de Paula, Anderson Torres, Andre Cardoso e Matheus Gera

Assistente de maquiagem: Fernanda Marques Vieira

Produção: Felipe Cavalheiro Produções

Assistente de fotografia: Rodrigo Prevato

Making of: Fernando Vitolo / Younik

Estudio: Video Film

10, 11 e 12 – A Grande Mãe

A obra é uma alegoria inspirada em várias lendas sobre a mãe da criação, um arquétipo comum em várias culturas antigas ao redor do mundo. Entretanto, as maiores inspirações para estas intervenções foram as referências mediterrâneas (gregas, fenícias e cretenses), germano-escandinavas (vikings e anglo-saxãs) e célticas sobre a senhora do lago. Ela une em seu vestido, de forma “pop/contemporânea”, os quatro elementos, mostrando o seu poder de domínio sobre eles. Símbolo do equilíbrio, da fertilidade e da renovação do planeta, uma mulher que gera em seu ventre o próprio mundo e todos os seres que coexistem no planeta, uma juíza que estabelece o equilíbrio entre a “presa e o predador”, a grande mãe que garante uma conexão neural e mágica entre todos os seres da terra, a grande mãe natureza que pede S.O.S nestes tristes dias de 2014.

Modelo: atriz Christiane Torloni

Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes, Sandro Galdino,

Renata de Paula, Anderson Torres, Andre Cardoso e Matheus Gera

Produção: Felipe Cavalheiro Produções

Assistente de produção: Claudia Muniz

Making of: Fernando Vitolo / Younik

Colaboração: Elza Costa

Estúdio: Video Film

Frog Tupi Man – Save Dendrobatidae!

 

Obra alerta sobre a situação dos sapos da Amazônia, que juntamente com todos os outros anfíbios do mundo, figuram na lista dos animais mais ameaçados da Terra. Desde os anos de 1980, está sendo registrada uma preocupante diminuição das populações de anfíbios ao redor do mundo. Como são muitos sensíveis a mínimas mudanças, eles sofrem com o aquecimento global, doenças e a perda de habitats.

Arte e Conceito: Thiago Cóstackz

Foto: Lienio Medeiros e Fujocka Photodesign

Colaboração: José Fujocka, Danilo Antunes, Sandro Galdino,

Renata de Paula, Anderson Torres, Andre Cardoso e Matheus Gera

Produção: Felipe Cavalheiro Produções

Assistente de fotografia: Rodrigo Prevato

Making of: Fernando Vitolo / Younik

Estúdio: Video Film

Intervenções Urbanas:

Intervenção Urbana é um tipo de manifestação artística, geralmente realizada em áreas centrais de grandes cidades. Consiste em uma interação com um objeto artístico previamente existente (um monumento, por exemplo) ou com um espaço público, visando colocar em questão as percepções acerca do objeto artístico. São trabalhos notadamente voltados para uma experiência estética que procura produzir novas maneiras de perceber o cenário urbano e de criar relações afetivas com a cidade que não a da objetividade funcional, que aplaca o dia-a-dia. A intervenção artística tem ligações com a arte conceitual e geralmente inclui uma performance.

Na obra de Thiago Cóstackz, as intervenções geralmente são de teor “pop” e “ativista”. Para o S.O.S Terra, o artista já realizou inúmeras delas, mas as mais famosas talvez sejam seus balões gigantes, projeções 3D e as esculturas de animais, instaladas em anos anteriores, com o objetivo de chamar atenção para o estado de conservação de milhares de animais ameaçados.

Este ano, as intervenções artísticas do artista foram instaladas no centro de São Paulo, no Pateo do Colégio, local onde a cidade cresceu e floresceu há quase 500 anos. Durante um manifesto que instalou um balão inflável de polvo gigante, medindo 15m x 6m, impresso em PVC reciclável, com a inscrição: “Salve-me”, fazendo conexão direta com a vida marinha ameaçada e tão sensível às mudanças climáticas. Na noite do mesmo dia, o artista realizou uma Intervenção Multimídia com uma animação projetada através de um Mapping 3D no prédio da Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania, projetado pelo célebre arquiteto Ramos de Azevedo, em 1886, sendo um dos últimos prédios do Império (Segundo Reinado) ainda a existir no centro da capital paulista.

As projeções traziam de forma frenética, ao som do músico islandês Hjörvar e do músico americano Tim Snider, imagens de animais, frases de impacto sobre a situação do planeta e ainda dicas de como agredir menos a natureza. Tudo isso usando o trabalho colorido, pop, irreverente e ativista do artista plástico Thiago Cóstackz. Graças à grande repercussão de mídia no dia da ação manifesto e do grande público que trafega pela região, a ação atraiu milhares de pessoas durante todo o dia.

Créditos Animação:

Arte e Conceito: Thiago Cóstackz;

Direção de Animação, animação e Designer gráfico: Rodrigo Frias;

Animação e Pós-Produção Jean Pierre Ferraz Romero.

Créditos Balão de Polvo gigante:

Arte e Conceito: Thiago Cóstackz;

Digitalizador e Designer gráfico: Rodrigo Frias.

Documentário:

Visando ilustrar da maneira mais ampla possível toda a riqueza de informações e fenômenos que encontramos em nossa Expedição Internacional, nasceu o documentário: “Caminhando Sobre a Terra”, com direção e textos de Thiago Cóstackz. O artista e os membros da equipe S.O.S Terra assumiram, de forma corajosa, a captação de todas as imagens da Expedição nos mais longínquos, inóspitos e perigosos lugares visitados. Algo ousado para uma equipe que jamais havia manipulado uma câmera. O manuseio só foi possível graças a duas aulas dias antes da viagem. Enfrentando duras e extremas condições climáticas e distâncias intercontinentais, a realização das imagens era sem dúvida o maior desafio do projeto, pois a equipe precisava transportar por quilômetros um numeroso equipamento para a captação das imagens, assim como as obras de arte que seriam instaladas nos locais. As imagens foram feitas entre os anos de 2012 e 2014. Para dar vida a este ambicioso projeto, foram fechadas uma série de parcerias que possibilitaram a realização deste pioneiro e ambicioso plano. A primeira foi a parceria com a Puma Sports, que patrocinou oficialmente nossa jornada ao redor do mundo, cedendo inclusive as roupas tecnológicas e sustentáveis que usamos na viagem. O papel dos doadores anônimos de recursos foi vital e o projeto agradece profundamente. Depois a mais importante foi à parceria fechada com a empresa Younik, de Fernando Vitolo, uma agência jovem, cheia de gás e iniciativa, pronta para apoiar a causa, assinando a edição, a captação de imagens na cidade de São Paulo, a montagem e, ainda, a finalização total do documentário. A narração em português e em inglês pela famosa atriz Jacqueline Dalabona. Sua voz foi escolhida por ser capaz de emocionar e passar credibilidade de maneira clara e bela, tocando os corações dos espectadores sobre a dura situação encontrada nestes lugares. O documentário ficará em exibição no renomado Cinema da Reserva Cultural, na Av. Paulista, a convite da empresária e forte apoiadora da causa ambiental Laure Bacqué.

MENSAGEM:

Precisamos usar o ar dos nossos pulmões e nossa energia pelo melhor que podemos fazer enquanto espécie que ocupa um lugar no espaço, num universo onde a vida é um bem tão raro, pelo menos na parte do universo em que conhecemos. Nossa espécie parece só mudar diante do precipício, precisamos encarar a realidade de frente, precisamos mudar para passar pela adolescência tecnológica sem nos autodestruir.

Créditos Vídeo:

Direção geral, pesquisa e realização: Thiago Cóstackz

Edição e Finalização: Fernando Vitolo / Younik

Narração: Jacqueline Dalabona

Exibição: Reserva Cultural

Trilha sonora: Hjörvar, José Fernandez e Tim Snider

Mixagem e Masterização: Thiago Lima

Gravação de locução: Duo Estúdio

Assistente de Edição: Ariel Velloso

Edição de Imagens: Ramon Nascimento e Fernando Vitolo

Tradução e Legenda de língua inglesa: André Lazzari

Revisor de língua inglesa: Lucas Hoeffel

Revisor de língua portuguesa e editor de texto: Antônio Amoedo

Equipe S.O.S: André Lazzari, Felipe Cavalheiro, Katia Zucolotto e Patrícia Alves

Cinegrafistas das imagens da Expedição: Thiago Cóstackz e Equipe S.O.S Terra

Cinegrafistas em São Paulo: Juscelino Brasílio Gonzalis, Fernando Vitolo e Ramon Nascimento

Direção geral, Pesquisa Cientifica e Realização: Thiago Cóstackz, Narração: Jacqueline Dalabona, Edição e Finalização: Fernando Vitolo / Younik, Edição de Imagens: Fernando Vitolo e Ramon Nascimento, Assistente de Edição: Ariel Velloso, Cinegrafistas: Juscelino Brasílio Gonzalis, Fernando Vitolo e Ramon Nascimento, Mixagem e Masterização: Thiago Lima, Gravação de locução: Duo Estúdio, Captação de Cenas Internacionais e no Brasil: Thiago Cóstackz e equipe, Equipe Expedição S.O.S Terra: André Lazzari, Felipe Cavalheiro, Katia Zucolotto e Patrícia Alves, Trilha Sonora: Tim Snider, José Fernandez e Hjörvar, Direção de Animação da intervenção urbana em São Paulo e animação: Rodrigo Frias e Pós-Produção desta animação em especial Jean Pierre Ferraz Romero, Exibição oficial: Reserva Cultural.

Direção geral, Pesquisa Cientifica e Realização: Thiago Cóstackz, Narração: Jacqueline Dalabona, Edição e Finalização: Fernando Vitolo / Younik, Edição de Imagens: Fernando Vitolo e Ramon Nascimento, Assistente de Edição: Ariel Velloso, Cinegrafistas: Juscelino Brasílio Gonzalis, Fernando Vitolo e Ramon Nascimento, Mixagem e Masterização: Thiago Lima, Gravação de locução: Duo Estúdio, Captação de Cenas Internacionais e no Brasil (exceto São Paulo): Thiago Cóstackz e Patrícia Alves, Equipe S.O.S: André Lazzari, Felipe Cavalheiro e Patrícia Alves, Trilha Sonora: Tim Snider e Hjörvar, Direção de Animação da intervenção urbana em São Paulo: Rodrigo Frias e Pós-Produção desta animação Jean Pierre Ferraz Romero, Exibição: Reserva Cultural.

Sobre o artista Thiago Cóstackz:

Thiago Cóstackz tem 28 anos, é artista plástico, ativista Ambiental, de Direitos Humanos e Embaixador Nacional de Sustentabilidade da marca alemã Puma Sports. Realiza há cinco anos o projeto ambiental “S.O.S Terra – Para que o Mundo Não Acabe”. Sua exposição “Mitos e Ícones” (mostra manifesto para fundar o 1º Museu do Brasil de EcoArt Sustentável no RN) recebeu mais de 100 mil pessoas em apenas 40 dias na av. Paulista e em Curitiba. É potiguar radicado em São Paulo há seis anos, nesse período já realizou mais de 40 ações, intervenções e exposições no Brasil e no mundo. Incluindo uma intervenção no famoso show “The Wall”, a convite do músico Roger Waters, em 2012. Realizou trabalhos importantes em várias cidades do mundo e para marcas como Hugo Boss, DKNY e Jaguar. O artista acaba de realizar a 1º Expedição artística ao redor do mundo, que visitou 10 lugares severamente ameaçados na Terra. Para melhores informações sobre o artista acesse: www.costackz.com

Nasceu no Rio Grande do Norte, na velha Nova Amsterdã (Natal-RN), e conhece de perto o que é tentar ser um artista em uma terra pobre, vindo de uma família sem recursos e influência. Potiguar de nascimento e cidadão do mundo por opção, sua entrada no mundo da arte confunde-se com sua chegada a este planeta. Muito cedo, começou a “bater perna” e trabalhou duro, aprendendo com os “sábios que habitam esta galáxia.”

Define-se como um “caboclo Poti”, vem de uma família de artistas: de um lado, o sangue indígena e, de outro, o europeu. Essa mistura trouxe um emaranhado de referências que o levaram a ser artista plástico e ativista ambiental, influenciando significativamente sua obra e seu direcionamento intelectual. Ainda no RN, trabalhou em projetos de inclusão de idosos abandonados e refugiados de guerra vindos da África. Mudou-se para São Paulo em 2007, cidade onde reside até hoje. Ao chegar recebeu apoio e direcionamento do curador do MASP Luiz Hossaka (1928 – 2009, curador do Museu por 60 anos) e de Débora Buonano, curadora do Museu de Belas Artes de São Paulo.

A política, a antropologia, a literatura “realista fantástica”, assim como a astrobiologia e a física teórica, destacam-se como grandes influências nas “metáforas magistrais” da obra “pop-surrealista” e do “ecoart” de Cóstackz. Cores flúor, puras, ousadas e formas milimetricamente marcadas com um forte contorno unem-se a retratos, estradas, maçãs, imagens metamorfoseadas das nossas megalópoles e ao body art, o corpo como suporte. Nos seus painéis, instalações e esculturas usa tinta à base de água, que não polui os mananciais, madeira certificada, tecidos ecológicos e reciclados. Na arte de Thiago Cóstackz, todas as formas parecem estar em metamorfose, por que, no fundo, tudo a nossa volta parece realmente estar mudando, das cidades ao planeta e até nós mesmo. Aqui, cidades possuem barbatanas, prédios formas de insetos kafkianos (de Franz Kafka), carros voam! Macacos, ETs e físicos teóricos falam com o observador, as “gosmas” invadem tudo o que podem, maçãs transformam-se em janelas, portais, pessoas viram caricaturas pop e a ironia é “escravizada pela Arte”.

Suas intervenções urbanas costumam ocupar centenas de metros quadrados em prédios e ruas de importantes centros urbanos, surpreendendo aos observadores. Já realizou mostras inspiradas em obras de Franz Kafka, Machado de Assis, Mikhail Bulgákov, Fiodor Dostoievski, Erasmo de Roterdã, Charles Darwin, Stephen Hawking e Giorgos Seferis. Seus inúmeros projetos já contaram com a colaboração de nomes mundialmente conhecidos. Já fez e entregou obras para a banda Americana The B-52s, os suecos do Roxette e para os irlandeses do The Cranberries.

Em 2011 Thiago Cóstackz foi homenageado na noite de Gala do Festival Nacional Curta de Santos por suas contribuições às causas sociais e ambientais. Em 2012 recebeu sua segunda homenagem no Prêmio “Os legítimos da sustentabilidade”, do Ranking Internacional Benchmarking, por suas reais contribuições na sociedade e por boas práticas que transformam. Foi homenageado juntamente com a artista Tarsila do Amaral (representada pela família) e com a atriz Christiane Torloni. A noite da premiação também marcou a abertura de uma exposição do artista no espaço “Cultura de Sustentabilidade”, dentro do MASP o mais importante Museu do país.

Créditos livro:

Textos, pesquisa e concepção artística: Thiago Cóstackz

Diagramação e arte editorial? : Irmãs de Criação:

Luciana Molisane, Rosana…..??????

Tradução e Legenda de língua inglesa: André Lazzari

Revisor de língua inglesa: Lucas Hoeffel

Revisor de língua portuguesa e editor de texto: Antônio Amoedo

Equipe S.O.S: André Lazzari, Felipe Cavalheiro, Katia Zucolotto e Patrícia Alves

Fotos shutter:

Todas as imagens deste livro que não são as especificadas acima são de propriedade intelectual de: Thiago Cóstackz.

Tiragem: 5.000 mil exemplares feita pela Imput Bureal?

 

Agradecimentos de Thiago Cóstackz:

Mario Nicoli, André Lazzari, Patrícia Alves, Felipe Cavalheiro, Bjarni Thor Juliusson, Guðjón Guðmundsson, Ingibjörg Gunnlaugsdóttir, Kristín Mjöll, Guðmundur Luther Hallgrímsson, Lienio Medeiros, Fernando Vitolo, Hansine Jonathansnen, Natalia Christoffersen, José Fujocka, Danilo Antunes, Sueli Costa Varela, Sandro Galdino, Renata de Paula, Anderson Torres, Andre Cardoso, Matheus Gera, Jacqueline Dalabona, Ramon Nascimento, Solange Costa, Ariel Velloso, Juscelino Brasílio Gonzalis, Thiago Lima, Adriana Nannini, Duo Estúdio, Tim Snider, Vivian Zavataro, Paulinho Cruz, Hjörvar, Paula Costa, Rodrigo Frias, Jean Pierre Ferraz Romero, Reserva Cultural, Puma Sports, Mario Azevedo Gastronomia, Tony Genérico, Sebastiana Costa, Jaguar, Victorinox, Leandra Cappelli, Irmãs de Criação, Fujocka Photodesign, Prefeitura de Lins, Sr. Prefeito de Lins/SP Edgar Souza, Rodolfo Alves, toda a população de Lins/SP, Prefeitura Municipal de Touros, ONG NUMAR, Sandra Costa, Roberto Goldminc, Ricardo Di Sora, Mel Meira, Derek Derzevic, Mary Costa, Luciana Molisani, Rosana Molisani, Patrícia Buglian, Ivor Carvalho, Gabrielle Zake, Constanza Novillo, Fernanda Tavares, Carlos Casagrande, Ney Klatt, Mario Azevedo, Fernanda Marques Vieira, Claudia Muniz, Katia Zucolotto, Pinduca da Delta Serigrafia, Imput Bureal, Reinaldo Salvioni, Sr. Prefeito de Touros/RN Ney Leite, Arlindo Carlos de Oliveira Júnior,  toda a população de Touros RN, Alberto Santiago, Elza Costa, Christiane Torloni, José Alfredo do Studio VideoFilm, Laura Wie do Lady Fina, Walderez Marchiori Praça, Habib Chalita, Claudia Pereira, Caco da Impacto Balões, Play Projeções, Renato Valença, Ana Cestari, Cestari Perucas, Efrén Eduardo Colombani, Laure Bacqué, Christiane Turl, Cindy Santos, Cleo Araujo, Marco Antonio Amorim da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Sônia Maria, Carlos de Souza, Sueide Maria, Antonio Amoedo, Lucas Hoeffel, Marilia C Medeiros, Manoel Ubiratan, Danilo Calhado, Jorge Suguitani, Marcos Varela, Jânio Varela, Roberto de Oliveira, José Fernandez, Adelaide Aurea Varela, Peralta, Baunilha, Margarida Pinheiro, Jorge Pinheiro, Rebeca Luiza da Costa Guimarães, João Neto, Furicu, aos meus ancestrais, ao meu avô João já solvido no ar e para sempre ao meu lado e a todos os seres que habitam este planeta que tanto amo, das bactérias aos elefantes que nos inspiram nesta luta.

Um agradecimento especial a Mario Nicoli sem o qual este projeto seria incrivelmente menor.