Expedição a 10 Lugares ameaçados no Planeta
Para comemorar cinco anos da ação S.O.S Terra, inovando e crescendo com o alcance do trabalho proposto, o artista Thiago Cóstackz idealizou e realizou uma expedição internacional que visitou 10 lugares severamente ameaçados na Terra, passando por quatro continentes. Usando mais uma vez a arte como veículo do discurso ambiental, ele instalou obras de arte temporárias nestes locais ameaçados, produzidas inteiramente com materiais certificados e sustentáveis, fazendo, assim, uma conexão direta com estes problemas, chamando atenção para a preservação e, também, alertando sobre a gravidade da situação encontrada nesses locais. Foi à primeira expedição artística e cientifica já realizada ao redor do mundo que se tem conhecimento, uma ação pioneira que usou a arte e informações científicas como veículos na democratização a serviço da educação ambiental.
A expedição S.O.S Terra 2012/2013 percorreu cerca de 62.333 km, passando pela Ásia, Europa, Américas do Norte e do Sul. Foram visitadas ainda as regiões do Oceano Glacial Ártico, a grande Capa de Gelo da Groenlândia (a maior massa de gelo da Terra depois da Antártida); O Permafrost na região leste do Oblast de Arkhangelsk, na Rússia (um solo permanentemente congelado lotado de gás metano que recentemente começou a derreter, surpreendendo os cientistas); a Geleira de Vatnajökull ,na Islândia (a maior da Europa), onde se localiza o Lago Glacial de Jökulsárlón (que cresceu 4X de tamanho desde 1970 impulsionado pelo aquecimento global); as cidades de Veneza na Itália e Amsterdã na Holanda como exemplos de lugares que poderão enfrentar grandes problemas no futuro ou até mesmo desaparecerem com o derretimento das geleiras e o aumento no nível dos oceanos. No Brasil a expedição visitou a Caatinga nordestina (Bioma endêmico do país e um dos mais ameaçados pela desertificação no mundo), os corais do Atlântico Sul, no litoral nordestino, entre Fernando de Noronha e Touros, no Rio Grande do Norte, e, ainda, pela Mata Atlântica, no sudeste brasileiro, a Floresta Amazônica, no norte do país, e por São Paulo, colocada aqui com uma cidade onde o modelo de desenvolvimento e o estilo de vida ameaçam sua própria existência.
O tamanho das obras e a dificuldade de acesso aos locais
Ao contrário das enormes intervenções urbanas que o artista costuma realizar em grandes centros, como São Paulo, as obras instaladas nestes locais tiveram seu tamanho sensivelmente reduzido por vários motivos. O primeiro, é que os locais eram de difícil acesso, muitos só eram acessíveis através de vários meios de transporte (carro, barco e avião), e ainda era preciso, em alguns casos, caminhar por até 18 km em um único dia, incluindo escaladas de montanhas com mais de mil metros de altitude com as obras de arte e demais equipamentos de filmagem presos às costas dos membros da equipe. Havia ainda a intenção de não agredir ou interferir com grandes instalações nos locais visitados (ambientes já ameaçados e frágeis). No caso da Rússia, existia ainda um agravante, uma complexa legislação que proibia instalações artísticas e “protestos” envolvendo as temáticas ambientais e de direitos humanos. O motivo mais importante é que quanto maiores fossem as obras, mais gastaríamos matérias primas para produzi-las, necessitando, também, de quantidades ainda maiores de combustíveis fósseis para transportá-las entre vários continentes. Por isso trabalhamos no limite com relação ao tamanho das obras, de acordo com cada local.
Equipe
Os membros da Expedição eram profissionais das mais variadas áreas: André Lazzari, 35 anos, voluntário e tradutor oficial da ação nos idiomas: inglês, russo, islandês, espanhol e italiano; Felipe Cavalheiro, 29 anos, voluntário e produtor das ações do S.O.S Terra 2013 em São Paulo e no mundo; e Patrícia Alves, 29 anos, estudante de Relações Internacionais, voluntária, desempenhando várias funções no projeto. Todos viajaram como voluntários por esta causa.
“Para mostrar para você que o que você faz importa, que o que você faz na sua cidade reverbera até nos mais longínquos ecossistemas, nós decidimos visitar 10 lugares ameaçados na Terra. Deixe-me dizer algo sobre estes lugares… Eles não são necessariamente os mais ameaçados, os mais belos, nem os mais mortais. Mas todos eles carregam a digital do homem em seu destino, seja por sua interferência direta, indireta ou acelerando ciclos naturais”.
Thiago Cóstackz
Para saber mais sobre a expedição assista em HD o documentário: “Caminhando sobre a Terra – Uma viagem a 10 lugares ameaçados”:
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