“A Salvação seria Doce!” – Corais do Atlântico Sul
Os recifes de corais do Oceano Atlântico representam apenas 7,6% do total mundial, mas são um lar para milhares de espécies, pois, são importantes para manutenção da vida nessas águas. As barreiras de corais que existem na costa da região nordeste do Brasil são as únicas do Atlântico sul. Espalhados por cerca de 3 000km, os bolsões mais significativos estão entre os estados do Maranhão e o sul da Bahia.
O fato de muitos destes corais estarem próximos de grandes cidades pode ser sua maior tragédia. A poluição doméstica e industrial, que lança esgotos e resíduos químicos no oceano, é uma das causas de doenças infecciosas entre os corais. Até os anos de 1980, os corais eram usados para fabricação de cal no país. Eles eram extraídos, acredite, usando explosivos e picaretas. O litoral do Brasil já perdeu 80% de recifes de corais nos últimos 50 anos, o resto continua agora ameaçado principalmente pelas mudanças climáticas, que acontecem a nível global, e que têm enorme impacto no oceano.
Quando o gelo do polo norte desaparece, as águas escuras do oceano ártico absorvem mais e mais calor, diferente do gelo branco, que conseguia refletir parte da radiação recebida. Isso faz aquecer todo o oceano por meio das correntes marinhas, levando com elas poluentes e pesticidas tóxicos que ficavam presos anteriormente sobre o gelo. Mínimas alterações na temperatura da água podem significar muito para estes organismos que são essenciais para a manutenção da vida marinha.
Com mares absorvendo mais dióxido de carbono, o PH tende a ficar cada vez mais baixo, tornando os oceanos mais ácidos e alterando de forma preocupante a química dos oceanos. Fenômenos como o branqueamento e morte dos corais tornam-se uma constante. Se a destruição continuar no ritmo atual, 70% dos recifes do mundo poderão desaparecer em apenas 50 anos. Restarão apenas esqueletos brancos calcificados, como um cemitério subaquático. Infelizmente 20% deles já não podem mais ser recuperados.
Em janeiro de 2014, durante o pior verão da história do sudeste brasileiro, o aquecimento dos oceanos provou-se realmente preocupante: era possível ver do espaço uma mancha de algas mortas com mais 800km de extensão, resultado do aquecimento anormal das águas do Atlântico Sul.
Olhando de fora não passam de estranhas formas sobre a água, mas, mergulhando, as manchas se transformam em uma explosão de vida e entendemos a importâncias de manter a saúde destes ecossistemas.
Mesmo com as mudanças climáticas em curso os seres humanos continuam a representar a maior ameaça aos recifes de corais e aos oceanos. A poluição, a pesca predatória, o grande tráfego de barcos nas áreas de corais, aliados às altas temperaturas dos oceanos cada vez mais quentes, fazem hoje com que a situação desses ecossistemas seja preocupante. Alguns especialistas apontam a degradação dos corais e o aumento da temperatura dos oceanos como umas das maiores catástrofes do aquecimento global.
Com fama de cruéis e perigosos, os tubarões estão sendo caçados e mortos em todo o mundo. Incontáveis espécies de tubarões já se encontram em processo de extinção. Esses animais estão no topo da cadeia e são vitais para o equilíbrio da vida nos oceanos. Tudo é cíclico e um problema não está desvencilhado do outro: com a destruição dos recifes de corais, várias espécies de peixes, como os tubarões, perdem sua área de alimentação e passam a procurar outras, assim os desastrosos encontros com humanos acontecem. Um exemplo disto foi à construção do porto de Suape, no Recife, nos anos de 1990, quando rios foram desviados e arrecifes de corais foram implodidos, com isso a cidade registrou 59 ataques de tubarões desde então, 24 deles fatais.
A saúde dos oceanos é vital para nós. Quase todo oxigênio que respiramos vem das cianobactérias ou algas verde-azuladas. Todos devemos muito a estes seres aquáticos, que estão há bilhões de anos lançando oxigênio na atmosfera, possibilitando o surgimento de nossa espécie.
Saiba mais assistindo ao filme sobre essa viagem a 10 lugares ameaçados no Planeta:
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