Art Cóstackz na escola de samba Águia de Ouro
O artista plástico e ativista ambiental Thiago Cóstackz, conhecido pelo seu amplo trabalho de defesa do meio ambiente, foi convidado pela diretoria da escola de samba Águia de Ouro para assinar três performances durante o desfile no carnaval paulistano de 2017, que fez uma grande referência aos direitos dos animais e a problemas ambientais com o tema: “Amor com amor se paga – Uma história animal”.
A ideia da escola era homenagear o trabalho de ativistas importantes, por isso além de Cóstackz, a apresentadora Luisa Mel e a Top model Fernanda Tavares, a primeira modelo a estrelar uma campanha mundial do PETA, também estavam lá.
Performance 01: “Gaiola dos Desesperados” – por Thiago Cóstackz
Foi uma grande gaiola de cerca de 10m por 3m onde bailarinos e atores fantasiados de aves ameaçadas de extinção simularam um cativeiro forçado. O Brasil é um dos maiores contrabandistas de animais silvestres do mundo, já as aves são de grande interesse para esse triste mercado. Portanto, a performance do artista plástico Thiago Cóstackz mostrou sete aves que foram inspiradas em algumas das mais ameaçadas de extinção no país, tais como: o Mutum-do-nordeste, o Papagaio-cara-suja, a Ararinha-azul, a Arara-vermelha, o Formigueiro-de-cabeça-negra, o Araçari-Banana e Ararajuba. Mostraram através da cênica todo o sofrimento, o estresse, a dor e as privações que essas aves são submetidas nos cativeiros e durante o tráfego para diversas regiões do mundo. A intenção era humanizar esse problema utilizando atores e bailarinos para comoverem o observador e fazê-lo refletir sobre a prática nada racional e humanista do aprisionamento de animais com finalidades, na maioria dos casos, puramente decorativas.
Performance Body Art 02: “Cativeiro e riso” – por Thiago Cóstackz
6 jaulas laterais do carro 4 trouxeram cerca de 20 atores fantasiados de: tigres, elefantes e girafas que simulavam alguns dos animais mais utilizados pelo mercado de divertimento, tais como circos e safáris. Esses animais são submetidos a espaços pequenos, ao estresse, desorientação, privação de comida que os leva a desidratação e subnutrição, sofrem ainda com diferentes habitats e com a readaptação climática. São exaustivas horas de exibição, que os “objetificam” para sorridentes espectadores que os veem como uma doce atração, porém sem questionar o preço de seus sorrisos; são parte infelizmente, de um espetáculo macabro. Nessa performance o artista plástico Thiago Cóstackz quis humanizar esse problema, brincando com arquétipos humanos, onde similaridades entre esses animais e as pessoas foram explorados, aprisionando-os em jaulas apertadas, sem conforto e respeito. Uma triste cena de dor e sofrimento que foi intercalada com a cênica do samba e do carnaval. Animais que pedirão emocionados junto com todos os outros membros da Águia de Ouro: que a humanidade reflita sobre esses atos cruéis que sustentam parte do mercado de divertimentos.
Performance Body Art 03, final: “O Laboratório Humano” – por Thiago Cóstackz
Presente no carro 5, chamado de “o carro da consciência”, essa performance finalizará o desfile trazendo uma importante reflexão sobre um dos nossos mais polêmicos e cruéis hábitos: os testes em animais. Será a mais importante performance do artista plástico Thiago Cóstackz durante o desfile da Águia de Ouro no carnaval de 2017. Trata-se de um “laboratório invertido” onde beagles e macacos (alguns dos mais utilizados em testes pelas indústrias cosmética e farmacêutica) realizarão diversos testes em dois humanoides.
A finalidade foi humanizar o problema, mostrando ao observador toda dor, sofrimento, cativeiro e objetificação a que são submetidos esses animais durante esses terríveis testes. O preço da beleza e do conforto médico infelizmente ainda passa pela crueldade. Animais são submetidos a jaulas apertadas, são amarrados, tem suas peles queimadas com ácidos e vulneráveis a diversos químicos para testarem a suposta equivalência e resistência do corpo humano. São verdadeiras sessões de tortura, longas e repetitivas, vindo a padecerem por fadiga e dor extrema. Seus corpos são tratados como parte de um ritual macabro onde se esquece o respeito e a empatia pela vida desses seres. O descarte? Muitas vezes o lixo comum.
Na performance beagles e macacos tratarão com crueldade, vilania, indiferença e ironia esses humanoides. Atos que jogarão a todos os expectadores a pergunta: e se fosse com você? E se fosse o contrário? Definitivamente não estaríamos felizes.
Aqui também a cênica foi intercalada com a alegria do samba e do carnaval, fazendo em alguns momentos a união entre “vilões fracassados” e animais, que se abraçaram juntos a entoar juntos o clamor da Águia de Ouro, que pede para a humanidade refletir. A logomarca dos aventais usados pelos animais no “Laboratório Invertido” foram feitas pelo web designer e voluntario: Rodrigo Damaceno Frias.
*Todas as fotos dessa publicação, referentes ao desfile, foram do fotografo: Lienio Medeiros
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