“Midgard” Breiðamerkurjökull Jökulsárlón, Islândia
Islândia: A gelada ilha dos Vikings.
A Islândia realmente parece outro mundo. Formada por sucessivas erupções vulcânicas durante 20 milhões de anos, a lava aqui mostra que ela é a grande artista. A ilha é um caso curioso do ponto de vista geológico, encontra-se divida entre a placa europeia e a placa norte americana, fazendo com que o país geograficamente pertença aos dois continentes. O clima é severo, venta forte e ajuda a erosão no seu trabalho. No nosso caminho encontramos inúmeros vulcões em atividade, gêiseres, lagos coloridos, rochas mágicas que desafiam a gravidade, areias negras como a noite, com grãos enormes e paisagens inóspitas com rochas magnificas que brotam da Terra onde gigantes parecem jogar futebol.
Seguimos pele estrada Þjóðvegur ou Hringvegur, uma espécie de anel rodoviário que circula toda a ilha. Passamos por cidades com 10, 20 casas e pela maior delas, Vík (com 500 habitantes), que mostra que o tempo parece não ter passado ou que passou muito devagar desde que os colonos vikings se estabeleceram aqui ainda no século IX. Muitas destas casas ficam aos pés de enormes paredões de rochas, como se fossem Tsunamis prontas para devorá-las. Tudo isso vai anunciando, lá no fim da estrada, ainda há dezenas de quilômetros, o grande glacial de Vatnajökull, nosso destino final.
Vatnajökull é uma das maiores massas de gelo da terra. Está situada na área sudeste da ilha, dentro do Parque Nacional de Skaftafell, cobrindo mais de 8% do país. Com os seus 8.100 km², é a segunda maior calota de gelo da Europa em termos de área e a maior em volume. A espessura do gelo pode atingir até 1000 metros. Apesar do impressionante tamanho, o gigante Vatnajökull vem diminuindo há alguns anos, devido às alterações climáticas e à atividade vulcânica recente. O degelo forma canais azulados que se estendem por quilômetros, seguindo estes canais encontraremos o maior testemunho deste preocupante degelo.
Jökulsárlón
Aos pés da grande geleira, num lugar conhecido como cabeça de Breiðamerkurjökull, está Jökulsárlón, que quer dizer, em tradução literal, “o lago da geleira”. Como é formado pelo degelo da enorme massa glacial, medições constantes mostram o lago aumentou 4x de tamanho desde os anos de 1970. Graças ao aquecimento global que impulsionou o deslocamento e o derretimento do gelo. Com 248m de profundidade e 18km² tornou-se o maior e mais profundo lago da Islândia.
O lago é formado por icebergs que desprendem da grande Vatnajökull, formando um espetáculo macabro, um desfile pitoresco de pedaços de gelo, alguns com centenas de anos, que formam uma procissão fantasmagórica de luminosos icebergs azuis. Cada vez mais rápido, cada vez mais cruel.
Um espetáculo macabro que não deve parar por aqui.
Saiba mais assistindo ao documentário:
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